Ontem, dia 15, na sala virtual do MEP, a carreira de diplomata no Brasil e as relações internacionais provocaram novos olhares, tanto dos alunos, como dos convidados. Na apresentação do tema, contou-se com a presença do palestrante Igor Goulart Teixeira, diplomata de carreira do Itamaraty, com atuação na área de mineração e energia, graduado em Relações Internacionais (PUC-Rio).
O prof. Ciro, mediador do evento, abriu a sala saudando e agradecendo a todos, dando palavra ao Igor. “Estejam certos de que será um momento muito importante para nosso aprendizado, saúdo a todos(as) e já passo a palavra ao nosso palestrante Igor Goulart e, na sequência, Mariana e Raphael”, orientou o mediador.
O diplomata agradeceu inicialmente e, com uma fala muito tranquila, diplomática, contou de sua luta nos estudos para passar no sexto concurso público e ingressar no Itamaraty, e destacou a importância do serviço diplomático ao país.
“Sou natural de Barra Mansa, fato que muito me honra estar falando aqui e diante de um grupo tão plural. Para acessar o Itamaraty, necessariamente não precisa ter cursado Relações Internacionais, pois o direito e outras áreas tornam possíveis o caminho. A carreira de servidor tem várias áreas de atuação dentro e fora do país, técnicas (mineração, energia, cultura, ciências, educação…) e geográficas, após a formação do profissional no Instituto Rio Branco. Nas últimas décadas, a carreira de diplomata se diversificou, tornando-se mais representativa no Brasil.”, destacou Igor.
“Agradeço a oportunidade, uma honra estar aqui, a carga cultural oferecida pelo MEP me ajudou muito para fazer novos caminhos. Estou no último período de graduação em RI, inclusive, no meu TCC, estudei o ‘Fronteiras Brasileiras’, por entender a força econômica nas movimentações dos produtos pelas fronteiras. Bem, para vocês que estão com convicção desta escolha, sugiro buscar seus caminhos, inclusive pensar caminhos para intercâmbios e fazer escutas e debates como esses. Acreditar e seguir”, acentuou a debatedora, Mariana, em sua apresentação. Mariana é ex-estudante do Pré do MEP, acadêmica de Relações Internacionais.
“A decisão da profissão por vocação, embora aos 18, 19 anos, é difícil, porém é muito importante. A escolha determinada de Mariana e do Igor foi importante para ajuda-los a caminhar. Quero chamar a atenção para a referência feita pelo Igor, sobre mudanças de cenário no Itamaraty e pedir que aborde a quantas anda a política de cotas dentro da diplomacia brasileira”, indagou o prof. Raphael, debatedor e Conselheiro do MEP, em suas considerações.
O Itamaraty, desde 2002, passou a estabelecer uma ação afirmativa sobre diversidade, adotando o sistema de cotas raciais em 2015, em consonância com a lei de cotas, ponderou o Diplomata na resposta ao conselheiro do MEP.
Após exposição várias indagações dos participantes, destaca-se o da professora Suzete de Paiva L. Kourliandsky, natural de Volta Redonda, residente na França, cientista social e ligada à Fondation Jean & Jaurès, que pontuou a questão racial no espaço diplomático brasileiro e apresentou um desafio: “No Brasil, somos 56% de pretos e pardos; já na França, na Escola Diplomática, a maioria é de negros(as). Precisamos ser a metade também na diplomacia Brasileira”. Alertou Suzete, atuante na ONG Francesa.
O encontro reuniu um espectro diversificado de pessoas e foi marcado pelas presenças de cidadãos(ãs) do povo, alunos e professores do MEP, e ainda acadêmicos, lideranças comunitárias e cientistas das áreas política, social, ambiental, jurídica e militar.