Caio Ferreira e Amanda Mattos

Estudantes apontam a educação como caminho para enfrentamento do racismo e das desigualdades sociais

As recentes e lamentáveis mortes de crianças, jovens e adultos negros no Brasil e nos USA, não só pela pandemia, mas também pela violência, provocaram em Caio Ferreira e em Amanda Mattos falas desafiadoras, em especial, no enfrentamento da violência policial e do racismo estrutural. Os dois acadêmicos de universidades públicas, Universidade Federal de Viçosa (UFV)  e Universidade Federal Fluminense (UFF-VR).

Caio Ferreira, acadêmico de jornalismo pela UFV e ex-aluno do MEP (2018), analisou:

“As manifestações dos protestos contra o racismo que seguiram no Brasil nos últimos dias, de certa forma, foram instigadas pela brutal morte do George Floyd. Influência esta que deve ser pensada, pois no Brasil há um histórico de mortes que ocorrem todos os dias. Basta lembrar Agatha Félix, João Pedro, Miguel e tantos outros. ”

Caio, acrescentou:

“Defendo que haja manifestações e que sejam para além da internet. Claro, em tempo de pandemia devemos ter precaução. Contudo, noto que existe um processo de histórico do racismo e de desigualdade que deve ser questionado. Basta lembrar o caso da agressão frontal do morador de Alfavile (SP) ao PM. O policial calou-se. Se o agressor fosse preto e da periferia seria diferente. ”

“Reafirmo, temos que protestar, sim, lutar contra o racismo e contra as desigualdades. Acredito que é com educação que provocaremos mudanças, uma nova visão e, assim, ajudaremos a nova geração que precisa estar nos lugares de decisão e provocar mudanças nas estruturas que oprimem o povo preto e pobre”.

Na mesma linha Amanda Mattos, animada, pontuou o protagonismo dos negros.

“Confesso que fico muito animada diante das manifestações contra o racismo e contra a violência policial, e de ver na pauta, nas bocas das pessoas o combate não só ao racismo. Costumo dizer – O protagonismo do combate ao racismo somos nós pretos e pretas, mas os brancos devem estar juntos nesta luta. Têm papel fundamental. Devem ler e estudar a história do Brasil na linha afrodescendente. ”

Amanda, que é também conselheira no MEP, concluiu esperançosa:

“Acredito que as desigualdades sociais só vão mudar com transformações estruturais, com participação ativa da sociedade. Reafirmo, animo-me com as movimentações que estão ganhando força e escuta no Brasil e no mundo.”

Colaboração: José Maria da Silva, Zezinho.

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