1o de maio familias

“Não há muito o que comemorar”, diz lideranças e trabalhadores sobre o 1º de maio

Primeiro de maio, data instituída em memória às lutas e conquistas dos trabalhadores(as), instituída em 1886 a partir da memorável greve em Chicago.

Hoje, pela primeira vez, depois de 134 anos a data terá um novo formato nas comemorações. Na referência à data, ouvimos colaboradores e amigos do MEP para suas ponderações sobre a o 1º de maio.

As Jovens trabalhadores

“Cumprimento todos colegas trabalhadores(as) nessa data histórica, em especial diante do momento tão difícil para todo mundo. No momento atual as empresas deveriam avaliar seus estoques e colocarem todos ou parte em férias coletiva, assim garantir a saúde de muitos. Sei também que no comércio há pressão para trabalharem, e não podem falar nada. Para mim fica claro, a concentração de lucros gera desigualdades.” Assim, declarou a jovem Y (omitimos o nome por precaução), jovem aprendiz na área industrial e ex-aluna do MEP ao comentar sobre o 1º de maio.

Gabriela Duque, aluna do MEP, convicta, afirmou:

“Eu acho que não deveríamos comemorar o dia do trabalhador, pois vemos em nosso país um grande número de desemprego (mais de 12,9 milhões de pessoas – IBGE/2020) e diversos trabalhadores ganhando um salário que não é suficiente nem para pagar suas contas e obter comida para sua família.”

As Mulheres Trabalhadoras

Abigail Ribeiro, professora e conselheira no MEP, disse:

“É muito triste ouvir às véspera do dia dos trabalhadores do presidente da república o descaso diante de mais de 5 mil mortes. Não há muito o que comemora diante do momento impensável. Estero que a data provoque em muitos trabalhadores(as) o repensar o quanto foram(são) iludidos pelos discursos daqueles que priorizam o capitalismo e não os empregos. O momento exige união, solidariedade e não a competição entre os trabalhadores, espero que as autoridades repensem suas posturas e defenda a vida e não o mercado”. Conclui esperançosa.

Sandra Mayrink Veiga, ligada à Oposição Sindical Metalúrgica (OSM) em Volta Redonda fez memória da data, lembrou os aspectos históricos e reforçou o significado de luta da data:

“Em 1868, uma greve e reinvocando jornada de 8h de trabalho, fato que levou as tristes mortes de vários trabalhadores em Chicago. Nós, como OSM vamos continua lutando para que todos trabalhares(as) tenham vida digna, e sejam respeitados. Eles são os pilares de sustentação de toda produção industrial, agrícola e de serviços no país. Nossa solidariedade à todos trabalhadores do mundo.” Declarou Veiga.

Jorgina dos Santos, diretora dos sindicatos das empregadas doméstica da região, saudou todos trabalhadores(as).

“Pouco para comemorar, tanto desemprego e governo não está nem ai. O 1º. De maio serve para a gente repensar a luta e seguir na resistência defendendo a vida. Viva os trabalhadoras(es).” Exclamou Jorgina, amiga do MEP.

O cientista e religioso

Raphael Lima, prof. Dr. na UFF de Volta Redonda e amigo do MEP fez uma olhar sociológico do cenário sociopolítico:

“A data tem um simbolismo global e no contexto da pandemia muita coisa há coisa à considerar. Observo, o isolamento social e seus efeitos, vemos da parte das autoridades a polarização entre o economia e a saúde, algo muito perigoso. O melhor que fossem complementares e não excludentes. Limites devem ser colocados para não expor os trabalhadores.” Ponderou o sociólogo Raphael.

“Já havia um esgarçamento do mercado de trabalho formal e ampliação do desemprego, o cenário foi ampliado com as reformas. A pandemia chegou somou impactos severo na vida do povo, em especial dos trabalhadores e desempregados. Não há muito o que comemorar. Contudo, vale lembrar a força dos trabalhadores(as), a exemplo dos diferentes profissionais da saúde que estão na linha de frente. Também os coveiros, muitas vezes invisíveis” Lembrou o prof. Lima.

Padre Juarez Sampaio, religioso atuante em Barra do Piraí e amigo do MEP, no contexto da data e pandemia lembrou carinhosamente dos profissionais que estão na linha de frente no combate à pandemia, também dos que profissionais que do cemitérios:

“Eu sempre tive maior carinho e consideração pelos trabalhadores dos cemitérios, eles carregam sensibilidade e de respeito aos parentes e falecidos. Aqui em Barra do Piraí e também em Volta Redonda quando acompanho os sepultamentos falo com eles e também alerto quanto aos EPIs, devido ao vírus. Acredito firmemente, são eles que oram pelos mortos solitários no momento do enterro. À eles gratidão. Benção e força para todos trabalhadores(as) e desempregados(as).” Saudou o padre Juarez.

Colaboração: José Maria da Silva, Zezinho; Amanda Mattos, conselheira no MEP e acadêmica de Direito na UFF.

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